Eu não acredito em super-cidadãos, não acredito em super-heróis, nem em papai noel, ou coelhinho da páscoa. Também não acredito em teorias de conspiração mirabolantes (embora acredite em uma elite manipuladora de ideias), ou que o mundo vai acabar em 2012. Na verdade, eu acho que duvido de tudo. " Vamos duvidar de tudo o que é certo. " (Gessinger)
Pois bem, escreverei essa reflexão baseada na leitura que fiz do blog de Tibério Azul, músico pernambucano, vocalista da Banda Seu Chico, embora eu já tenha escrito no blog dele, se fosse responder novamente, ficaria parecendo um post do meu blog, pois os textos que escrevo normalmente são bem grandes...
Dito isso, 'simbora' então à reflexão... Primeiramente o link dos textos que falam sobre " fazer a minha parte" e o outro sobre "caridade"... por isso a introdução... mas pra quem gosta de ler, vale ler o blog todo, pois é muito bom... http://tiberioazul.blogspot.com/ ...
"Ser cidadão não é viver em sociedade, é transformá-la." (Augusto Boal) É o tipo de frase solta que pra mim faz um puta sentido. Mas, faz sentido por que? Eu acredito no homem como ser histórico, ator da sociedade, possível transformador da mesma. E que essa transformação seja feita de forma coletiva e não individual. 'Fazer a minha parte' me remete a isso, ao individualismo, e até a uma satisfação pessoal e egocêntrica.
Quando escrevi que somente saciar a fome ou dar de vestir a uma criança por um dia não mudaria sua vida, não foi uma crítica direta ao ato de quem o faz. É o tipo de coisa que eu também faço. A fome não espera políticas públicas serem criadas. Depois de ter escrito isso no blog de Tibério, me deparei com a cena de uma mulher me pedindo um 'dinheirinho' pra comer com o filho, pois estavam a espera de uma passagem que a assistência social prometera pra voltar pra casa não-sei-onde... nem pensei, abri a carteira e lhe dei o dinheiro, eu e uma amiga. Na hora não lembrei das palavras lidas anteriormente, mas depois, fiz exatamente o que havia recriminado... na verdade, não recriminei, mas talvez seja isso que tenha parecido.
Não acredito que essa atitude tenha sido a 'minha parte'. Talvez como indivíduo, mas não como sociedade. E qual seria meu papel como indivíduo que faz parte e que se sente parte de uma sociedade? Aí eu reescrevo uma frase citada por Tibério do Che Guevara: "não quero um novo sistema social, quero um homem novo." E como surgiria esse novo homem?! Com o movimento social mesmo... de cada cultura, de livre pensamento, advindos de críticas, de questionamentos... enfim, de uma sociedade, do homem em movimento...
E quem faz parte da sociedade?! NÓS... Resposta óbvia demais, mas que não se faz presente no nosso cotidiano individualista. Então, para concluir esse pensamento, ao mesmo tempo que eu recriminei a prática, eu a tenha realizado e também a tenha defendida, de uma certa forma, eu deixo uma frase da banda Engenheiros do Hawaii, mais precisamente de Humberto Gessinger para mais reflexão: " Quem ocupa o trono tem culpa. Quem oculta o crime também. Quem duvida da vida tem culpa. Quem evita a dúvida também tem."
Eu não tenho as respostas. Eu nunca tenho. Vivo a procurá-las. Nunca as encontro enformadinhas e também não as quero assim. Eu procuro pensar e refletir sempre. e principalmente em se tratando dos movimentos da nossa sociedade. Se leram esse texto esperando respostas prontas... eu não as tenho... meu appel é questionar sempre... acredito que não só o meu, mas o da sociedade... movimento de transformação...
MAG...
Não sei se acredito no que escrevo aqui... mas gosto de parar e refletir sobre as coisas...
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