terça-feira, 29 de maio de 2012


Obsolescência Programada



          Decidem a nossa roupa, a nossa comida, a música que ouvimos, a informação que recebemos e até o modo que a recebemos. Decidem a forma de armazenamento das nossas memórias: se em um disquete ou um pen drive, por exemplo. Decidem o que está na moda e quando vai se tornar obsoleto. Decidem o tempo de vida de cada ‘coisa’. Decidem qual  o tipo de pensamento que teremos agora, quais autores estarão nas grades dos cursos e de que forma pensá-los, pois nos interessa estudá-los, não para obtermos um pensamento livre, questionador  e transformador, mas porque cairão em concursos públicos aos quais nos levarão a mantermos nosso padrão de vida ao qual estamos habituados, cheios de ‘bugigangas tecnológicas’, sem nos darmos conta de tudo o que ocorre a nossa volta. Sendo assim, podemos afirmar que estamos vivendo em uma sociedade que privatiza o pensamento, o entendimento e, consequentemente, a memória. Vivemos um uma sociedade onde se forja a democracia e delimita nossa liberdade, baseando-a inteiramente no consumo.

          O primeiro passo da ‘obsolescência programada’ é o controle indireto das mentes das pessoas. Por isso nos deparamos com manipulações diárias nas mais variadas formas. Porém, as que mais se destacam são as dos meios de comunicação de massa (programas de TV, rádio, jornais, revistas, etc.). Neles são destacados formas de vida perfeitas, ou imperfeitas, mas essas, você não pode seguir, eles deixam isso claro. As situações são apresentadas, comumente,  de forma leve e engraçada, para que acreditemos que nossa vida mudará a partir do uso do produto. Determina se seremos ‘descolados’  ou ultrapassados. Se faremos parte do grupo dos vencedores ou dos perdedores. E ainda e mais grave, se seremos felizes ou infelizes. Fica a nosso critério escolher. Como se de fato isso acontecesse.

          Uma outra forma de controle, é o controle do ‘saber’.  Determinam o que, quando e como serão transmitidos os assuntos nas escolas. Desde sua base às Universidades. Como já mencionado no primeiro parágrafo, eles privatizam o conhecimento nos dizendo o que é importante guardar na memória. Tudo que for, de fato, útil, textos para vestibular e concursos, por exemplo. Textos críticos, podemos deixar para quando tivermos um pouco mais de tempo. Sem esquecermos de que ‘tempo é dinheiro’! E como conseguirmos o tal dinheiro? Trabalhando! Nesse contexto capitalista de manipulação fica em evidência o caráter de nossa formação tecnicista do saber . Apertar ‘porcas’ nas fábricas já será o suficiente para uma grande parcela da sociedade mundial. Então, para que uma grade de filosofia ou sociologia na grade do curso? Se o operário compreende como funciona a engrenagem do sistema, este passa a correr um perigo maior de ser descoberto.

          A obsolescência programada não está presente somente na questão referente ao tempo de funcionamento de um produto. De acordo com o filme de mesmo nome ( http://www.youtube.com/watch?v=o0k7UhDpOAo&feature=related ) , essa prática foi o início de tudo, até perceberem que o controle poderia ser estendido para outros âmbitos da sociedade. Passaram então a penetrar a mente humana. Tornando, dessa forma, não só os materiais finitos, mas o pensamento, a compreensão e a memória. Priorizam o capital, e deterioram o ser humano e a natureza. Geram a economia do desperdício, esquecendo que o planeta é limitado e algum dia essa atitude se voltará contra nós. É preciso urgentemente, talvez não para a nossa geração, muito embora já vejamos o mundo em colapso financeiro e catástrofes naturais, uma reformulação econômica e política mundial, revendo nossos valores e o que, de fato, é necessário à vida.

MAG...
P.S.: Texto elaborado para um trabalho da faculdade, com algumas modificações...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

CAFÉ

Eu tenho alguns vícios, mas o que mais gosto é o de beber café!!! É esse também o cheiro que mais gosto... Uma vez fui a uma loja de perfumes com um amigo e sempre que trocávamos de cheiro, sentíamos o cheirinho delicioso do café pra eliminar o anterior... confesso-lhes que me deliciava mais com o café do que com os perfumes caros da loja... Não consegui identificar ainda qual é a sensação que esse aroma me traz... não me recordo de alguma situação forte a qual eu tenha vivido para associar ao café... Gosto de beber café com no máximo açúcar, e já estou tentando tirar esse ingrediente também... quero-o bem forte e encorpado (o café, claro)... nada de cremes, nada de leite, gelado nem pensar... gosto do seu gostinho tradicional...
Sempre associo cheiros a coisas que aconteceram na minha vida... as vezes ando pela rua e penso: 'puxa que cheiro de vestibular!!!'... mas que droga é essa, desde quando vestibular tem cheiro?! Pois pra mim tem... é um certo aroma de salgadinho de requeijão que eu comia quando fazia a prova... Tenho dois sabores que associo a minha irmãzinha Fê: vodka com limão, não vou dizer a marca kkk... e açaí... pra matar a saudade dela, tenho tomado mais o açaí... é como se estivéssemos juntas...
Cheiros também me trazem à lembrança sensações de medo... quando criança e também adolescente eu sentia um cheiro estranho pela casa e nunca ninguém sentia também... era algo que nunca sentira em outro lugar... principalmente na época, me dava medo... sem saber explicar o que acontecia, sentia algo que não sabia o que era... depois de algum tempo, sem nem me lembrar mais disso, simplesmente não senti mais... uma vez me disseram que eram as portas para um mundo espiritual e que eu tinha que aperfeiçoar isso... nunca fui atrás e nem fez minha cabeça...
Morando há pouco mais de dois meses em João Pessoa e na iminência de voltar... fico procurando os meus cheiros e os meus sabores em mim... onde estão?! Não só os da casa, do meu quarto todo organizadinho que minhas amigas, principalmente a Fê, ficavam com medo... rsrsrsr... procuro o cheiro dos meus livros e CDs que ficaram... cheiros da poeira da semana, porque o tempo, ou a falta dele, não me deixara remover por causa do trabalho... cheiro da correria do cotidiano... cheiro de alunos... o cheiro característico de Mogi Guaçu que também pode ser conhecida como 'a cidade do pum livre' kkkk, desculpem pessoal, não resisti a piadoka... kkk... sinto cheiro da base que eu tinha, das dúvidas... mas amo o cheiro daqui também e voltar vai me custar um bocado... amo alguns pouquíssimos amigos que conheci aqui... das sensações e dos cheiros apresentados por eles...
MAG...                       
P.S.: Sinto falta de um certo cheiro que as vezes passa por mim pela rua em algum estranho... mas eu sei de quem é... e tá longe... bem longe... #PI

P.s.2: Correção do texto... tinha algumas coisas sem sentido...

'meu café em pó solúvel
minha fé, deu nó minha
fé em pó solúvel...'
(Fernando Anitelli)
O TEATRO MÁGICO

sábado, 12 de maio de 2012

Existem algumas palavras que eu demoro um bocado para assimilar. Morte, sorte, coragem ou medo, não sei... vontade e desejo ou paixão... As sensações causadas por essas simples palavrinhas fazem um estrago danado e traz incertezas terríveis... então, acho que terei de qcrescer mais uma a essa pequena coleção: dúvida!!!
Eu não planejo nada. As coisas vão acontecendo e eu vou simplesmente caminhando. Não sei pra onde estou indo, não tenho a menor ideia de onde quero chegar e se , na verdade, quero chegar a algum lugar. Minhas aspirações são tão pequenas, simples,  vazias. Não quero carrões luxuosos. Não quero amores avassaladores... quero pessoas verdadeiras perto de mim.
Mas o que seriam essas tais pessoas verdadeiras? E já escrevi em outro post que não acredito em uma verdade absoluta. Acredito na simplicidade do ser humano. Num papo de buteco. No riso da piada de loira que recebi por mensagem, a piada mais sem graça do mundo, mas foi resposta a um pedido de 'socorro': hei, preciso rir,hoje tá difícil ficar aqui', prontamente vem a piada sem graça.
Sou completamente apaixonada pelas pessoas que fazem parte da minha vida. Pessoas simples, outras ousadas, engraçadas, bonitas, recatadas, orgulhosas, mal humoradas, safadas, deliciosas... Amigos que suas lembraças me fazem escorrer lágrimas dos olhos de tanta saudade. Lágrimas de pessoas que se foram e que não tive a chance de me despedir e que ainda não acredito que se foi... a trágica frase ainda se encontra gravada no meu celular... eu ainda não acredito.
Nunca sei onde meus textos vão dar. Não sei se tem alguma coerência ou coesão... rsrsrsr... mas são cheios de mim... são cheios de sentimentos (as vezes dolorosos, não fujo de senti- los, outras, com risadas e piadocas sem graça, também sou especialista nisso)... são cheios de algo que eu insisto em ser... me recuso em correr no ritmo frenético do cotidiano... quando todo mundo sai, eu durmo, quando todo mundo corre, eu paro e observo. Gosto de ficar parada olhando para as pessoas... não analizo nada não, só olho mesmo.
Ao mesmo tempo que me assustam, eu também me assusto, por vezes comigo, e outras, me encanto com a nossa espécie. Por causa de uma canção bonita, poesia escrota, sorriso de criança, ou gargalhada sacana... Minhas dúvidas, meus medos, desejos, a morte, a sorte, são todos nossos anseios e receios... que impulsionam nossas vidas... vixe, vou parar, daqui a pouco vira o que eu mais abomino no mundo: texto de auto ajuda...

MAG...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

 

 

Embriague-se - Charles Baudelaire, tradução Jorge Pontual

É preciso estar sempre embriagado. Isso é tudo: é a única questão. Para não sentir o horrível fardo do Tempo que lhe quebra os ombros e o curva para o chão, é preciso embriagar-se sem perdão.
Mas de que? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser. Mas embriague-se.
E se às vezes, nos degraus de um palácio, na grama verde de um fosso, na solidão triste do seu quarto, você acorda, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, pergunte ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, pergunte que horas são e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio lhe responderão: "É hora de embriagar-se! Para não ser o escravo mártir do Tempo, embriague-se; embriague-se sem parar! De vinho, de poesia ou de virtude, como quiser".



Pra começar o mês de maio bem... Embriaguem-se... do que quiser...
MAG...