Eu cruzo sempre com uns malucos pela vida!!! Já me disseram que sou para-raios de louco!!! Gosto disso... não me importo em parecer maluca as vezes!!! Confesso que acho que não me encaixo em certos padrões sociais... me delicio ao ver laguns amigos quebrando com algumas regras, criando alguns conflitos e sorrindo de tudo isso. Ontem conheci um maluco desses que a gente encontra por aí... num buteco qualquer e que provavelmente não veremos mais... uma coisa que ele disse me intrigou... discordei dele (parece que não aprendo, não dá pra discordar de bêbados!!) ... ele coloca alguns de nossos ídolos num patamar muit acima do real, no patamar de deuses... não gosto de pensar dessa forma, no máximo, uma vez que esses tais ídolos (Cazuza, Raul, Renato, etc.) são e estão, de fato, muitas vezes longe de nossa compreensão... eu já havia pensado nisso antes, mas não deselvolvera nada a respeito, talvez agora me sinta a vontade para discorrrer sobre esse assunto.
Deuses... o que são os deuses?! Seres superiores, irrefutáveis, que habitam lugares distantes, celestiais, perfeitos, lugares melhores que esse nosso mundão aqui... e no caso desses artistas citados acima, eles são fruto de uma geração inquieta, uma geração que começa a ter o direito à liberdade de expressão que até então no Brasil era proibida. Claro que acredito que eles ultrapassaram a barreira do poder ou não dizer algo... eles foram além do que uma junventude, uma sociedade precisava ouvir e sentir... eles foram contra os padrões, botaram os dedos nas feridas de uma sociedade doente e carente de poesia... não a poesia entrelinhas, mas a poesia do cotidiano, da vida real da sociedade, dos sentimentos que precisavam saltar para fora das pessoas... sentimentos que tinham a necessidade de sair e ganhar corpo, ganhar espaço, dizer o que se sentia/sente de forma direta (papo reto, como diria um amigo)...
Pensando nisso tudo, fazendo tais considerações, eu colocaria essa galera num patamar um pouco mais humano... não menos louco e fantasioso do que o camarada da conversa de ontem... pois bem, pra mim esses artistas são semi-deuses!!! Isso mesmo!!! E por que não deuses?! Eu gosto de pensar nos sentimentos e na condição humana... gosto dos medos, das dores, das alegrias, frustrações que se tem para pensar em algo e tranformar esse algo em poesia... eles deviam estar embriagados por tais sentimentos...falar tão profundamente de anseios de toda uma geração e ultrapassar a barreira de seu tempo e chegar às gerações seguintes e ainda fazer sentido o que foi dito há 20 ou 30 anos!!! Não acredito que os deuses tenham essa percepção!!! Não os consigo imaginar chorando por um amor, ou pela morte de um amigo... não os vejo sentindo saudade...
Mas e os humanos... por que não penso nesses artistas como simplesmente seres humanos.?! Porque a maioria de nós não consegue alcançar a magnitude de suas poesias... todos cantamos juntos a mesma canção, mas as sensações causadas por ela é diferente... 'é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã' já catava Renato Russo, o que isso quer dizer?! A gente ama mesmo as pessoas, ou amamos o que eles podem nos proporcionar?! Amamos de verdade pessoas ou coisas?! O que é mais importante o ser ou o ter?! (outra conversa de buteco) ... Quando a gente pensa em valorizar alguém, já estamos botando preço... Vou finalizar essa reflexão com uma frase de um artista que também está, na minha concepção, em um patamar acima do nosso, mas que ainda não chega a de um semi-deus, mas não deixa de ser menos genial por isso, Humberto Gessinger "A medida de amar é amar sem medida..."
MAG...
P.S.: Quase um texto de autoajuda... espero não chegar nesse patamar...
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