domingo, 7 de abril de 2013

Só um pouco estranha...
 
Sinto saudade de coisas estranhas... de momentos não vividos... de vontades não sanadas... além de pessoas... coisas... cheiros... sabores... cores... sentir a minha respiração... frio na barriga... medos infantis, inocentes... saudade do beijo nunca dado... do beijo roubado... saudade de estar comigo, contigo... saudade de estar encharcada de educação e de valores que nunca foram os meus, porém, me deixava numa zona de conforto inquestionável... saudades de não saber de nada... saudade dos princípes que nunca acreditei que existissem... sempre desconfei dos meus pensamentos...

Nunca fui sóbria... sempre estive bêbada... não de álcool, este faz bem pouco tempo que virou meu companheiro... mas de ideias... de pensamentos... de perguntas... de paixões... de incertezas... de medos estranhos... já tive medo de pessoas normais... já tive medo de andar sozinha pelas ruas, mesmo assim o fazia sempre... tive medo de gente que usava chinelos havaianas... medos totalmente insanos... Eu me colocava de forma esdrúxula na sociedade, para poder espantar as pessoas de perto de mim... Hoje continuo estranha... mas tento me encaixar à normalidade das pessoas... tenho me saido muito bem... como diria o velho poeta Camelo 'fingindo ser o que eu já sou...'

O que fazer com as minhas saudades... as minhas bebedeiras... os meus medos... as minhas confusões e frustrações, senão, senti- las todas, vive-las todas... bebe-las todas num gole gigantesco... daqueles que rasgam a garganta... que faz sentir o corpo vivo também através da dor que dilascera, para, dessa forma, perceber a mais bela condição que é a de estar viva... não fugir dos sentimentos, dos pesamentos, das crises... essas perturbações demosnatram ainda mais a minha natureza humana... na tentativa de chegar mais perto de deus... não aquele que todos me falam, pregam, juram existir... mas o deus, que não está nos dogmas religiosos, que não foi enformado...
 
 

MAG...

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